E para fazer parte desse seleto clube do famoso frequent flyer program (ou FFP) o viajante tem que ser viajante mesmo, não basta ser um ativo usuário de cartão de crédito.
Nas mudanças em curso nos modelos de negócios das companhias aéreas, onde benefícios como bagagens, marcação de assentos, entre outros, serão gratuitos apenas aos viajantes fiéis, o termo “política de viagens”, que pode ser entendido como um conjunto de regras e procedimentos adotados pela organização, visando uma melhor gestão e governança sobre as viagens, passa a ter um componente que não pode ser ignorado, os programas de milhagem de companhias aéreas, hotéis e locadoras e afins. Não esquecendo que todos eles, sem exceção, privilegiam o viajante “heavy user” como beneficiário principal, nunca o pagador da passagem. E nessa relação onde entra o conceito do menor preço, regra aplicada pela esmagadora maioria das políticas de viagens nas organizações?
Vamos exemplificar o nosso mundo de hoje, com a hipotética situação abaixo:
O viajante é cliente Gold de um programa de milhagem da companhia aérea X, mas a opção de voo (seguindo a política de viagens da empresa) é pela companhia aérea Z, cuja tarifa, por ser a mais barata, não permite marcação de assentos. Como viajante Gold na companhia aérea X, ele tem direito, além da marcação de assentos, à um upgrade para uma poltrona mais espaçosa, digamos a econômica Premium, e acesso à uma confortável sala VIP, onde ele poderá aguardar o voo, fazendo os últimos ajustes na apresentação comercial que fará ao cliente, quando chegar ao destino.
Essa será, via de regra, mais uma daquelas situações onde o viajante odiará sua TMC e o gestor de viagens da empresa, por não permitir que a escolha pela companhia aérea do seu programa de milhagem seja a respeitada. Além de fazer uma viagem menos confortável, espremido, talvez, na poltrona do meio num voo de 7 ou 10 horas de duração. Detalhe, poucos viajantes são GOLD em duas ou mais companhias aéreas, salvo raros casos ou nos programas de parcerias e alianças globais das companhias aéreas.
Esse exemplo mostra de formal cabal, que temos poucas soluções a seguir. As mais óbvias, entre revisar as políticas de viagens das organizações e a revisão dos programas de fidelização corporativa das companhias aéreas focando mais nas garantias dos serviços e menos nos preços são tarefas difíceis, no curto prazo, até porque negociações ou contratos de médio ou longo prazo e pagamentos com cartão de crédito são boas e saudáveis práticas que aqui não são copiadas lá de fora.
Diante disso, as organizações precisam se inovar, também em suas políticas de viagens, em função das recentes transformações. É fato. O que sabemos é que cada vez mais, os programas de milhagem avançam território, outrora diretorias, hoje, empresas independentes, tão valiosas quanto as companhias aéreas que as criaram. Aliado a isso, temos os grandes bancos e outros gigantes do comércio que compram estoques de milhas aos bilhões junto às companhias aéreas para convertê-las em bônus aos seus clientes Gold, Platinum, etc.…, como recompensa pelo uso de seus cartões de crédito.
Os programas de milhagem se desenvolveram muito, nos últimos tempos. A variedade de benefícios elegíveis é tão ampla que não conseguiríamos explicar a você, aqui. Fato é que num programa de milhagem, viajante frequente tem, sim, privilégios, e diga-se, merecidos privilégios. Ou fazer um upgrade, marcar assento num voo lotado e poder despachar uma mala adicional voltando daquela viagem BLEASURE não são privilégios valiosos, especialmente quando o privilégio é isenção de taxas aqui e acolá?
Fidelização é, aliás, algo que as empresas perseguem, também em outros segmentos. Agências associadas à ABRACORP já tem, em suas estratégias, esses programas.
Na tabela abaixo, programas de algumas companhias aéreas, identificando serviços que fazem a diferença para o viajante corporativo, tanto em conforto como em custos. De um modo geral, à partir do status OURO (GOLD) garantem-se os principais benefícios na maioria dos programas, mas existem diferenças nos benefícios para voos domésticos e internacionais. Por isso, recomendamos acessar os sites dos programas, antes de qualquer tomada de decisão.